Segunda-feira, 04.03.13
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor,minha estrela da tarde,que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor,eu não tenho a certeza se tu és a alegria ou se és a tristeza,meu amor, meu amor,eu não tenho a certeza
(...)Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto,é por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto,essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto,essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto.Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
José Carlos Ary dos Santos
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por leneoliveira às 21:16