Sexta-feira, 18.10.13
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por leneoliveira às 15:38
Sexta-feira, 18.10.13
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por leneoliveira às 15:37
Sexta-feira, 18.10.13
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por leneoliveira às 15:36
Sexta-feira, 18.10.13
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por leneoliveira às 15:35
Sexta-feira, 18.10.13
MORENA
Morena, morena
Dos olhos castanhos,
Quem te deu morena,
Encantos tamanhos?
Encantos tamanhos
Não vi nunca assim.
Morena, morena
Tem pena de mim.
Morena, morena
Dos olhos rasgados,
Teus olhos, morena,
São os meus pecados.
São os meus pecados
Uns olhos assim.
Morena, morena
Tem pena de mim.
Morena, morena
Dos olhos galantes,
Teus olhos morena
São dois diamantes.
São dois diamantes
Olhando-me assim.
Morena, morena
Tem pena de mim.
Morena, morena
Dos olhos morenos,
O olhar desses olhos
Concede-me ao menos.
Concede-me ao menos
Não sejas assim.
Morena, morena
Tem pena de mim.
Júlio Dinis (
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por leneoliveira às 14:49
Sexta-feira, 18.10.13
DESEJOS VÃOS
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta a vastidão imensa!
Eu queria ser a pedra que não pensa,
A pedra do caminho rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz imensa,
O bom do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o Mar também chora de tristeza…
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras… essas… pisa-as toda a gente! …
Florbela Espanca
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por leneoliveira às 14:39
Sexta-feira, 18.10.13
POEMA DO REGRESSO
Quando eu voltar da terra do exílio e do silêncio,
não me tragam flores.
Tragam-me antes todos os orvalhos,
lágrimas de madrugadas que presenciam dramas.
Tragam-me a fome imensa de amor
e o queixume dos sexos túrgidos na noite constelada.
Tragam-me a noite longa de insônia
com mães chorando de braços vazios de filhos.
Quando eu voltar da terra do exílio e do silêncio,
Não, não me tragam flores...
Tragam-me apenas, isso, sim,
o último desejo dos heróis tombados ao amanhecer
com uma pedra sem asas na mão
e um fio de cólera a esgueirar-se dos olhos.
Joffre Rocha
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por leneoliveira às 14:38
Sexta-feira, 18.10.13
CANÇÃO DE ENGANAR A TRISTEZA
Se a tristeza um dia
Te encontrar triste sozinho
Trata bem dela
Porque a tristeza quer carinho
E fala sobre a beleza
Com tanta delicadeza
Por não ter nenhum carinho
Que ela só existe
Por não ter nenhum carinho
E dá-lhe um amor tão lindo
Que quando ela se for indo
Ela vá contente
De ter tido o teu carinho
Vinicius de Moraes
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por leneoliveira às 14:36
Sexta-feira, 18.10.13
POEMA DE LONGE
Acendo um cigarro
e ponho-me a olhar
as casas que se elevam pela encosta…
Longe,
o Sol morre numa lagoa de sangue…
Entristeço-me.
Meus sonhos tornaram-se em nada,
minhas ambições nunca passaram de planos,
meus enlevos de amor nunca passaram de ânsias.
António Nunes
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por leneoliveira às 14:35
Sexta-feira, 18.10.13
NOSTALGIA
Cinzento nicotina
serpenteia o meu quarto
argola o tempo que não passa
Tu não apareces
nada acontece….
O som sobe em 33 rotações
a voz sofrida de Ottis Reding
sustenta o calor de um canto soul
Emerges de uma nota de piano
por momentos bailas
na circunferência de uma bola de fumo
que se esquiva pela persiana
Fica o som dilatado do sax
a dar passagem a Ottis
a sentenciar “time is over”
Nada acontece…
Nicotino o espaço que se fecha
sobre mim sem ti.
Tony Tcheca
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por leneoliveira às 14:34
Sexta-feira, 18.10.13
Aí,o Mar
As palavras que desenhei na areia
O mar as levou em lembrança
Os meus segredos de criança
O mar os contou à sereia.
As conchas do mar também ficaram
Com os meus segredos do anoitecer
Tudo o que os meus avós me sussurraram
Ainda estava por tecer.
Os estilhaços da minha infância
Ficaram emulsionados na forca da água
Os versos feitos em minhas mágoas
Também ficaram em turbulência.
O mar levou o meu amor
A filha do gra-marinheiro
Pois ela partiu primeiro
Sem escutar o meu clamor.
Hélder Muteia
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por leneoliveira às 14:34
Sexta-feira, 18.10.13
SE EM NÓS A SOLIDÃO VIVER SOZINHA
Se em nós a solidão viver sozinha,
sem que nada em nós próprios a perturbe,
cada figura passará rainha
na antiguidade súbita da urbe.
Um acento de pena irá na linha
vincar a eternidade de figura
a um rosto que quase só caminha
para dentro de o vermos pela pura
substância em si que vive a solidão
dentro de nós. E sendo nós só margem
do seu reino de ver por onde vão
as figuras passando na paisagem
de um antigo fulgor de coração
aonde passam desde sempre. E agem.
Fernando Echevarría
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por leneoliveira às 14:33